quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Mordaça


Mordaça

Dei um passo no infinito
E achei infinito o meu passo
Olhei estranho onde passo
Onde fico
Me achei forte de aço.

O infinito me deu um passe
E sem medo parti pro outro lado
A mordaça caiu, gritei
E um menino nasceu do meu lábio.
Ele me disse uma palavra feia
-- reclamei.
Ele respondeu que feio é achar palavra feia,
Feio é receber  seringa na veia
E dizerem que é bom que é pro bem.

O menino infinito passou por mim mas foi embora.
Um braço o pegou, ele sumiu.
O passo sumiu.
O buraco se abriu.
O remédio engoliu:
O menino, o infinito, o grito e o passo.
Mas em vez de chorar achei graça e por isso
Me puseram de novo a mordaça.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

...

O vento passa,...
passa mesmo! escuto seus passos
um murmurio
um desejo
e o silêncio.

As ciranças brincam
os adultos brigam
e eu só ouço o murmúrio.

Um grito
uma lagrima
só uma
forçada e sem sentido,
as almas dos faráos certamente ainda vagam pelas pirâmides
e a minha onde estará?
será que inda existe?

Um múrmurio
um riso
só um
forçado e sem sentido
as almas das bruxas certamente ainda queimam nas estrelas
A quanto tempo não sinto calor?
será que já senti mesmo?

Um múrmurio
 Um silêncio
inevitável e cheio de sentidos

As gotas caem compassadamente
mas não se chamam lágrima
os dentes rangem fortemente
e não se chamam riso.

Um múrmurio
e o vasio
dentro e fora de mim