segunda-feira, 6 de junho de 2011

Filho da puta

Filho da puta!
gritaram ao menino que não sabia a origem de seu pão.
os filhos dos homens, que na noite somem
não sabem a verdade que dizem de seu irmão.
sua mãe alegre
trabalha de lua a lua para negar-lhe o não
tanto trabalho: representar o amor roubado
o amor mastigado,
o amor mal pago,
mal- dito, mal quisto;
mal filho,
mal-filha.
Ruaaa!!!!!

E para a rua foi não mais voltou
com o filho no colo do utero
no colo do peito
no colo do meio...
e do seio das pernas
aprendeu a tirar pão
e do seio dos braços
aprendeu a dar calor
e do seio do ventre
a alugar o amor
que teve e não teve e que busca
o brilho do riso que ofusca
a eternidade em migalhas
des-pedaçada,
mais uma noite entrega-se ao dia que penetra
e os pais do menino irmão vão para casa
a mãe faz o café com pão suado
beija o filho, diz: cuidado
e orgulha-se da sua profissão
no menino vê razão no oficio
e no riso, infantil vê amplidão
pensa no projeto de aborto abortado,
olha o sol penetrar na janela, maquiado
limpa o rosto e dorme
como a criança aluada que nunca deixou de ser.

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