terça-feira, 8 de março de 2011

Um menino com algodão no nariz.




Riscado com sangue
O asfalto queima no coração aflito daquela mulher.
Judas! Judas! Judas! ...
Ela insiste em nomear
O que não faz sentido.

Fica o quadro na estante
O amargo nos olhos, não na língua
 E esta queima.
A noticia queima,
 a policia queima,
A palavra racha
O sonho racha
A história acha
O sentido do que está longe
Mas não faz sentido ver de perto
Esse menino esperto
Dando  tudo tão certo,
Com algodão no nariz.

Ouço  o grito da atriz
Que encena sem desejo
Que na cena quer ensaio,
Que deseja com um beijo
Retirar deste balaio
O menino diminuto
Que num minuto levou embora
22 anos de cuidado
A atriz ainda não sabe
Mas representa
Outras mil que como ela
Veem  sua arte queimar no asfalto.          

Não ! não foi o auto-móvel, que o levou.
Não foi o transito que o pegou.
Foi uma bala tirana
Que armada de ódio, medo,
Posse e gana
Trouxe para a atriz que não sabe que representa
Um menino com algodão no nariz.

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