sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Ferida

tenho uma ferida comigo
em carne viva
cuidada com carinho
pra nao cicatrizar.


Tenho uma ferida em mim
que rasgo de dia
para à noite poder
te chamar pra cuidar.

Sou uma ferida aberta
que num pulo abre
que nunca sabe
o remedio pra sarar.

Sou uma ferida inquieta
que quando crio casca
me abro, me arranho
me rasgo num banho
me entrego num olhar.

 Sou uma ferida e o sangue
que escorre da veia
que gruda feito teia
pra nao mais largar

 Sou uma ferida que queima
que em brasa serpenteia
riscando a lua cheia
temendo em inteiro me entregar.

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