Escrevi teu nome
Repetidas vezes
Na areia, no vento
No espaço, no tempo
Como se em cada letra
me inscrevesse em você
enquanto te escrevo no papel
Dei pra escrever poesia
essas já não tinham teu nome
a escrita do nome
era cotidiana.
Demarcação diária
de teus territorios em meus desertos
des-habita-dos
a poesia era eventual
vinha quando queria.
Não era mais letras
que eu queria escrever
com as palavras.
Eu queria arrepios,
mordidas, toques,
frios.
feridas, cortes
queria para a minha alma
casa, carinho. queria...
fortes.
queria proteção
permanêcia
sensação de transcendencia
eu que sempre fui aéreo
queria o chão.
Insistia em plantar
palavras no papel
teu nome
em codígos.
Senhas
pretegeriam-me do esquecimento?
Palavras plantadas
criaram raizes
abriram meu peito
e hoje doem.
Preciso agora de uma palavra
borracha, enxada
lixa, facão
bucha, escova
sabão,
palavra que tire , ... que limpe
o meu coração
disso que sinto
e que não sei
que nome tem.
24 de agosto de 2010. muita tristeza pra poucas palavras, em algum lugar fora de mim.
Eu sou apaixonada por esse poema! :) Não me canso de ler, e cada vez que leio descubro mais sobre ele e sobre mim...
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